terça-feira, 26 de maio de 2009

COMO DIZER QUE O AMANHÃ SERÁ MELHOR?





“...vinte milhões de soldados soviéticos foram mortos durante a Segunda Guerra Mundial na luta contra o nazismo e os que chegaram à Polônia e abriram os portões de Auschwitz , Birkenau , Stutthof, Sachasenhausen e Ravensbrueck , libertando judeus, comunistas, ciganos e outros grupos que permaneceram vivos, acreditaram que todo aquele sacrifício não fora em vão. Quem, agora, derrubará o cerco à Gaza e os muros do Apartheid na Cisjordânia? Quem abrirá os portões das odiosas prisões de Israel onde estão confinados cerca de 11 mil palestinos?”






No passado, a propaganda nazi se esforçava para defender os crimes de Hitler , dizendo que essas medidas eram necessárias para defender a pátria e a honra do Führer. No presente, os meios de comunicação justificam as chacinas, como as praticadas em Gaza , como instrumentos sagrados em defesa do povo de Deus e da Democracia e assim, o estado sionista e seus apoiadores não fazem questão de esconder todo o horror que o mundo repudiou nos nazistas. Basta comparar os massacres ocorridos em Lídice* e em Guernica* com os de Fallujah e de Gaza para perceber que o nazismo foi e continua sendo uma ferida aberta na humanidade. Uma ferida que dói e sangra e não uma cicatriz que apenas lembra os sofrimentos de um passado distante, como acreditaram ingenuamente as gerações do pós guerra.

O mesmo Holocausto praticado pelo nazismo de Hitler, que muitos desconheciam em função da deficiência dos meios de comunicação dos anos de 1940, pode ser visto atualmente, ao vivo e a cores nas TVs, em tempo real nos canais a cabo ou na web, em todo o mundo. Entretanto, a maioria das pessoas, que assistem a tudo isso, não são capazes de reagir e muitos ainda são os que continuam acreditando que o Holocausto foi uma obra macabra de Hitler e que com ele foi enterrado.

É muito chocante ver um jovem filho de palestinos , nascido no Brasil, cujos pais tiveram suas terras, em Beit Hanina, roubadas por Israel, escrever num fórum de discussão o seguinte texto: “...acredito que não mais há esperanças para o povo palestino.Veja o massacre em Gaza, as atrocidades cometidas ficarão impunes, acredito que esta última ofensiva foi apenas um aviso de que a história da Palestina chegou ao fim”.

Chegar a conclusão que a Palestina foi definitivamente derrotada significa aceitar que a barbárie nazi se instalou de vez no mundo e que nada mais é possível fazer. É preciso, no entanto, olhar para o passado e observar que vinte milhões de soldados soviéticos foram mortos durante a Segunda Guerra Mundial, na luta contra o nazismo e os que chegaram à Polônia e abriram os portões de Auschwitz e Birkenau , Stutthof, Sachasenhausen e Ravensbrueck, libertando judeus, comunistas , ciganos e outros grupos que permaneceram vivos, acreditaram que todo aquele sacrifício não fora em vão. Quem, agora, derrubará o cerco à Gaza e os muros do Apartheid na Cisjordânia? Quem abrirá os portões das odiosas prisões de Israel onde estão confinados cerca de 11 mil palestinos?

Repetindo os versos do magistral poema de Thiago de Melo, gostaria de ter o sol escondido no meu bolso de palavras para responder com clareza a essas indagações. Mas não serão, com certeza, os governos imperialistas, seus cúmplices e seus capachos que irão libertar a Palestina. Serão, mais uma vez, os próprios palestinos, os milhões de trabalhadores, estudantes, desempregados, jovens, adultos, homens e mulheres de todo o mundo, conscientes de que o futuro da humanidade está em suas mãos . Esses mesmos que, no passado, foram representados pelos soldados do Exército Vermelho , uma conquista histórica dos trabalhadores de todo o mundo, em que pese todos os erros cometidos pelo stalinismo. Erros estes que permitiram que a correlação de forças se tornasse mundialmente favorável para os nossos algozes.

Enquanto os jovens da Palestina atirarem pedras para demonstrar que sua disposição de resistir continua intacta, haverá chance de salvar os princípios fundamentais da humanidade, ainda que restem muito pouco desses princípios , não só como conseqüência da propaganda sionista, mas também devido ao efeito deletérico na capacidade de reação das pessoas que exerce o exemplo dos governos que se colocam de joelhos diante das garras da tirania.

Entretanto, tudo isso pode ser superado, ainda que não seja uma tarefa fácil. Infelizmente não temos, hoje, 20 milhões de soldados comunistas dispostos a dar sua vida pela liberdade, nem tampouco uma Internacional Socialista e Revolucionária para organizar os trabalhadores e a juventude em todo o mundo, educando-os dentro dos princípios do internacionalismo proletário. Mas temos o principal que é a vanguarda lutadora que ainda resiste tenazmente a se subjugar, ou seja , temos a matriz para a reconstrução dessas ferramentas.

Beth Monteiro

*A pequena vila de Lídice, na antiga Tchecoslováquia, uma comunidade dedicada à mineração, perto da capital, foi cercada por tropas nazistas, impedindo a saída de seus moradores. Quase todos foram assassinados . Hitler havia ordenado a seus soldados que fizessem de tudo e não poupassem vidas para achar os responsáveis pela morte do oficial nazista e se vingar dos tchecos. Seguiu-se uma retaliação sangrenta e generalizada das tropas nazistas contra a população civil tcheca. Em 10 de junho, aconteceria a chacina que se tornaria uma das mais tristemente famosas por sua crueldade.

*Guernica é uma pequena localidade no País Basco que foi bombardeada pelos nazistas em 26 de abril de 1937, matando praticamente toda a sua população indefesa, durante a Guerra Civil Espanhola.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Obama tem outra carta na manga:



A desmilitarização do Território Palestino

Notificado da novidade, o primeiro-ministro Benjamin Netaniahu negou uma abertura para a Síria, uma aliada do Irã no Líbano. O presidente dos E.U. lançará a idéia, no Cairo, em 4 de junho, sugerindo que a capital palestina seja Jerusalém Oriental.

Até agora, este plano só foi exposto na mídia da Europa Ocidental. Washington simplesmente admite que, após a rejeição de Israel, Barack Obama irá insistir no "roteiro" patrocinado em 2002 pela Arábia Saudita, que por sua vez, originou em acordos de Camp David (1978).

No final de abril, no entanto, Abdulla (rei da Jordânia) e Obama fizeram retoques na estratégia de paz. Nesta versão, o Estado palestino nascerá formalmente em quatro anos, sem tropas ou "autorização" para assinar acordos militares com terceiros. Este será para Israel uma "apólice de seguro".
Ambos os contendores, entretanto, tentarão resolver os problemas territoriais, com a ajuda da Jordânia. A bandeira palestina será hasteada no Leste de Jerusalém (al-Quds), mas a velha cidade vai ser gerido pela ONU ou pela União Européia. É um problema antigo: grande parte do mundo e os E.U.A. ainda continuam a ver Tel Aviv como a capital de Israel.

A Palestina deve renunciar ao "direito de retorno", que atribui a partir de 1948 aos refugiados fora do seu território. A consequente compensação será paga pela ONU e pela UE. Quanto Netaniahu, Obama manifestou a sua disponibilidade para negociar paz com palestinos e sírios. No último domingo (24/05), os israelenses discutiram o assunto em uma reunião do gabinete Gaza, uma pedra de toque para todas as partes. Teremos de ver como funciona Avigdor Liberman, uma extrema direita nacionalista.


Ver matéria original: http://www.mercado.com.ar/nota.php?id=361443

Nota do CVP-N - Uma proposta sem grandes novidades. Como sempre, a Palestina deve renunciar direitos legítimos de qualquer país: possuir seu exército e abrigar todo o seu povo, além de ser obrigada a abrir mão, para sempre, da maior parte de seu território.