quarta-feira, 15 de junho de 2016

“ULTIMA RATIO REGUM”


Muitos  chamam  de românticos saudosistas àqueles que remetem ao passado para tirar lições,  no presente, para o futuro. Mas não  se trata de uma tentativa  sonhadora de  conservar o passado, mas de resgatar a esperança passada  porque, hoje, o passado  está sendo sistematicamente destruído.

 É esta a tarefa hercúlea dos que usurparam as bandeiras da esquerda revolucionária marxista, mesmo quando , em momentos de grande turbulência, corram atrás destes símbolos,  que  os ajudaram a encontrar seu lugar ao sol e que tentaram enterrar para sempre, numa tentativa patética de salvar-se, demonstrando para seus senhores, a quem prestam vassalagem, que ainda têm alguma serventia, que ainda podem destruir a memória revolucionária dos povos para tranquilizar os donos do poder.

Não. Não podem mais  continuar cumprindo sua tarefa contrarrevolucionária porque  nesta fase de crise aguda   da  dominação  totalitária do capital financeiro, a  pseudocultura, que alimentaram tão habilmente, reapareceu com seus charlatães provincianos da política  para encenar a  última ratio  no resgate do sistema  capitalista delirante, aproveitando-se do espíritos em desalento gestado e alimentado pela indústria  cultural apodrecida que tantos farsantes  defendem.

 A burguesia se utiliza das Frentes Populares  a contragosto, quando não vê outra saída, assim como se utiliza do fascismo também a contragosto porque sabem que no limite de ambas estará colocada a possibilidade de uma revolução popular.


Foto:  obra de Vladimir Kush, pintor russo surrealista.

*ULTIMA RATIO REGUM” - expressão em latim que significa a ultima razão dos reis