segunda-feira, 28 de junho de 2010

ÚLTIMA FABRICA DE KEFFIYAH E A LENTA ELIMINAÇÃO DESTA TRADIÇÃO PALESTINA



Com origem na antiga Mesopotâmia,a Keffiyah era popular entre os homens árabes que a utilizavam para proteger o rosto, a cabeça e o colo do sol , do vento e do frio. O modelo tradicional, que se usa na Palestina e em outras nações árabes, foi inspirado nas redes de pesca. Durante a rebelião árabe, na década de 1930, a keffiyah se converteu em um símbolo do nacionalismo palestino e,na década de 1980, Yasser Arafat fez deste lenço um símbolo mundialmente conhecido da luta dos palestinos.

Atualmente,as importações mais baratas de keffiyah fabricadas na China ameaçam uma indústria que já está com problemas. Esses cachecóis chineses estão pondo em perigo a indústria local e uma lenta eliminação de uma tradição palestina.Não é por acaso que a produção da keffiyah palestina teve sua maior queda em 2001, justamente um ano depois do aparecimento dos fabricados na China.

A última fábrica têxtil existente nos territórios ocupados da Palestina é a Herbawi que foi inaugurada em 1961 por Yasser Herbawi, em Hebrón, apenas dez minutos a pé do centro da cidade. Com quase 80 anos de idade, Yaser Herbawi vai à fábrica por apenas umas poucas horas da manhã. A maior parte do trabalho, ele deixou nas mãos de seus dois filhos, Izzat e Jodeh e a um antigo amigo, Abid Keraki.

Em 2000, havia mais de 120 fábricas têxteis em toda a Cisjordânia, agora só resta a fábrica de Herbawi que conta com 16 máquinas. Em 1990, todas estavam funcionando, o que possibilitava a produção de 750 keffiyahs por dia. Hoje, somente duas máquinas são utilizadas para a produção de 300 keffiyahs por semana.

Embora a maioria das keffiyahs sejam vendidas na Cisjordania,uma pequena parte é exportada para o Qatar, Emiratos Árabes Unidos e França. Desde 2007,algumas empresas estrangeiras, como The Last Keffiyah, tem comprado as keffiyahs palestinas para utilizá-las em suas linhas de roupas. Este comércio é uma contribuição pequena, mas vital para a sobrevivência da fábrica Herbawi.

Fuente: palestinemonitor
por Beth Monteiro