As negociações de paz e as propostas apresentadas, até agora, pelo governo dos EUA não acrescentam nada em favor dos palestinos quando comparadas a outros acordos anteriores; pelo contrário, são ainda piores. No entanto, a defesa dessas propostas pelo presidente, Barack Obama, transforma as atuais negociações de paz em algo inovador e progressivo, graças à enorme propaganda positiva que os meios fazem delas. Uma nova embalagem para o mesmo produto; e as mentes adestradas se deixam ludibriar.
Enquanto o novo garoto propaganda do imperialismo beligerante tenta convencer os apoiadores da causa palestina de que sua suas propostas são inéditas e favoráveis, muitos perdem o senso crítico ou passam a sofrer de uma súbita amnésia, acreditando que o novo presidente dos EUA está realmente mudando sua política para o Oriente Médio.
Enquanto o novo garoto propaganda do imperialismo beligerante tenta convencer os apoiadores da causa palestina de que sua suas propostas são inéditas e favoráveis, muitos perdem o senso crítico ou passam a sofrer de uma súbita amnésia, acreditando que o novo presidente dos EUA está realmente mudando sua política para o Oriente Médio.
Sobre isso o clérigo iraquiano, Moqtada al-Sadr, fez uma acertada observação em sua entrevista a GMT quando disse que só seria possível confiar no presidente Obama depois da retirada das tropas do Iraque e do Afeganistão e do fim do apoio Israel.
De fato, nada pode soar mais falso e contraditório do que o discurso de Obama no Cairo. É preciso ser muito cínico para falar da necessidade de democracia no Oriente Médio justamente num país como o Egito que tem um governo ditatorial , cujas elites são subordinadas ao governo dos EUA e aos países da Comunidade Européia
Cenas de um casamento indissolúvel
De fato, nada pode soar mais falso e contraditório do que o discurso de Obama no Cairo. É preciso ser muito cínico para falar da necessidade de democracia no Oriente Médio justamente num país como o Egito que tem um governo ditatorial , cujas elites são subordinadas ao governo dos EUA e aos países da Comunidade Européia
Cenas de um casamento indissolúvel
Dois péssimos atores, Obama e Bibi, encenaram durante um encontro recente na Casa Branca, uma das mais grotescas cenas da História recente. Netanyahu batia o pé dizendo que não se falava em solução de dois Estados enquanto Israel não destruísse as instalações nucleares do Irã; Obama insistia “veementemente” com as negociações. Nos bastidores ficou combinado assim: Israel não deve atacar o Irã, mas não haverá sanções, caso a entidade nazi-sionista resolva levar a cabo suas intenções. Na ONU, os EUA continuarão votando a favor de Israel como sempre. Essa é uma fórmula moderna de dizer não, dando carta branca para o aliado agir como bem entender.
Depois dos ataques consumados, Obama vai lamentar profundamente o ocorrido, fará pronunciamentos condenando a atitude de Israel e reforçará sua intenção de continuar as negociações com o Irã que, talvez mais enfraquecido militarmente, aceite qualquer proposta de paz. Enquanto isso, Obama tentará impor um Estado palestino sem forças armadas, quase sem território, sem direito a administrar sua capital e sem a totalidade de seu povo. Ou seja, os palestinos devem renunciar o que é irrenunciável de acordo com as leis internacionais em vigor que é o direito ao regresso. Este é um direito individual protegido pelas leis internacionais que determinam que nenhum Estado ou autoridade pode abrir mão dele em nome dos refugiados.
O massacre em Gaza, implementado pelo exército nazi-sionista no final do ano passado e início deste, está sendo usado para ressuscitar as negociações de paz com o Oriente Médio, transformando a causa palestina em moeda de troca para o fortalecimento do imperialismo na região.
Levar adiante a campanha do boicote a Israel
Não é hora de recuos, as pessoas de consciência em todo o mundo devem intensificar o boicote, impor sanções e desinvestimentos (BDS) a Israel, atendendo ao apelo feito, em 2005, pelas organizações da sociedade civil palestina. Este é um instrumento poderosa que está ao alcance de todos e que pode barrar as intenções do imperialismo/sionismo que é legitimar um estado opressor que impõe o Apharteid e o Holocausto sobre o povo da Palestina ocupada.
Neste momento, em que governos árabes autoritários estão cada vez mais dispostos a se renderem ao Sionismo, as iniciativas do BDS ( Boicotes, Desinvestimentos e Sanções) se tornam particularmente importantes porque têm reais possibilidades de ganharem amplo apoio popular nesses países, como já vem acontecendo na Europa e Estados Unidos.
Beth Monteiro