quinta-feira, 12 de maio de 2016

PARA QUE LADO DEVEMOS OLHAR?

 Para os gabinetes perdidos ou para as massas?

A oposição de esquerda precisa se colocar de forma mais clara para suas bases , para os trabalhadores, estudantes e para a população  mais empobrecida,. Não é hora de ficar chorando sobre o leite derramado, olhando só para a superestrutura do poder, para o governo defenestrado, mesmo que se forma injusta.

 É hora de olhar para as pessoas comuns, pelos que estão sofrendo as consequências de um governo de falsa esquerda que optou  pelos grande capital, pelo rentismo, pelas grandes empreiteiras e agronegócio em detrimento da maioria da população, o   que resultou em  repúdio  das massas, cujos primeiros sinais de rejeição foi dado de forma contundente durante as jornadas de junho de 2013 e que, sem direção, começaram a ver na direita uma  saída contra a “esquerda” que as atacava impiedosamente.


É preocupante ver que companheiros e companheiras  da oposição de esquerda ao governo, focando  nas dores do governo Dilma, em vez de olhar para as dores dos milhões de desempregados, dos que vão perder seus direitos; nas dores do funcionalismo que  começa a ficar sem seus  pagamentos em alguns estados; dos terceirizados que estão sendo tratados como  cidadãos de segunda classe e demitidos em massa sem dó nem piedade; nos aposentados e nos que ganham Salário Mínimo e terá este minguado salário congelado e talvez até reduzido; nos estudantes que lutam e resistem bravamente ao sucateamento de suas escolas; nos milhões  que sofrem nas filas dos hospitais  públicos;  na falência generalizada dos micro e pequenos negócios em todo o país que o que está revoltando a classe média. Como se nada disto fosse o resultado das políticas do governo Dilma.

Beth Monteiro

O CAPITALISMO E SEUS CICLOS ECONÔMICOS



Não importa que tipo de governo seja eleito “democraticamente” ou imposto na marra, quando o capitalismo entra em  seu ciclo negativo, de crise de superprodução , qualquer um destes governos entram em colapso.

O conceito do ciclo econômico refere-se às flutuações da atividade econômica, envolvendo uma alternância de períodos de crescimento com períodos de relativa estagnação ou declínio (contração ou recessão).

Existem períodos de  boom; de  recessão; de depressão  e finalmente de recuperação. Estes são fenômenos que ocorrem na economia de mercado. Em todas estas situações, a burguesia joga pesado contra os trabalhadores para aumentar ou manter seus lucros.

Entretanto, tudo depende de como um determinado  governo vai lidar com uma situação de crise econômica e fiscal e, também, em que país esta se instala: se num país desenvolvido como os Estados Unidos,  ou Japão; em desenvolvimento como Brasil ou Rússia, ou mais pobres como Paraguai ou  Serra Leoa. Sendo que, no final das contas, tudo vai depender da capacidade de resistência  da classe trabalhadora em pagar pela crise. E não importa se é um governo neoliberal, de direita ou de esquerda. Uma insurreição popular pode colocar qualquer um deles abaixo.

Durante o governo Lula, tivemos um ciclo de crescimento  e uma boa arrecadação de impostos, o que atraia investimentos especulativos e produtivos , dando margem  ao aumento do crédito para o consumo e aumento do emprego. Não é que Lula  optasse por algumas medidas que beneficiaram os mais  pobres, como os programas sociais, porque era de esquerda, mas porque, naquele momento, este tipo de  medida não  colocava em risco os compromissos para com o pagamento em dia dos  juros  e serviços da  Dívida Pública. Entretanto, logo no  final do primeiro mandato da presidente Dilma, este ciclo se inverteu e , ela quis fazer de conta que nada estava acontecendo para se reeleger. Deu no que deu.

Não podemos precisar quanto tempo durará este período de vacas magras, talvez uns  6 a  8 anos, como no período de FHC. Já se passaram  quatro anos e ainda temos muito barro para amassar, até que se inicie um novo ciclo de crescimento. Entretanto, alguns economistas, acreditam que já , em 2017 a recessão comece a ceder, iniciando um anêmico ciclo de crescimento.


O problema é que quando o ciclo do crescimento retorna, este não é capaz de trazer de volta ao mercado todos  aqueles que perderam  seus  empregos, não significa que funcionários públicos demitidos retornem a seus trabalhos, que os pequenos empresários falidos tenham condições de  retomar seus negócios, que as perdas salariais e de benefícios  serão repostas. Tudo vai depender da  capacidade de luta dos trabalhadores.

por Beth Monteiro