sexta-feira, 28 de agosto de 2015

PARADOXO DO PRETÉRITO IMPERFEITO

O governo brasileiro foi jogado na cova dos leões; No Uruguai, uma greve geral de trabalhadores por aumento de salários; na Venezuela , uma onda de tumultos e saques desafiam o governo Maduro; na Bolívia, protestos indígenas explosivos. O que se passa com os governos ditos progressistas?

 Alguns governos de viés nacionalista acreditaram que poderiam controlar as marés e os ventos, ou seja, as forças diabólicas e indomáveis do capital financeiro. E, num passado ainda recente, não se preparam para os vendavais anunciados, reiniciando o sistema.

 Impossível se ter uma ideia de como isto vai acabar, mas, com certeza, estamos caminhando em direção a mais apertos. Economistas e analistas políticos de todo o mundo estão culpando a China, numa explicação simplista para a crise que está abalando o capitalismo. Mas a China foi apenas um parafuso que soltou, em um determinado momento, haja vista que o resto do sistema está podre, enferrujado. Em tempos de especulação desenfreada, os bancos optam por criar um ambiente de quebra e miram em qualquer parafuso meio solto para justificar um crash. Agora, está sendo a China, mas já foi a Rússia, o México e os subprimes dos EUA; amanhã, poderá ser uma guerra, um terremoto para justificar uma implosão do mercado.

 Quem observa a economia e presta atenção aos noticiários está preocupado com o “Setembro Negro” de 2015. Pode ser que aconteça algo de espantoso neste mês, pode ser que não. O certo é que vamos ter que nos acostumar a um mundo cada vez mais instável, pois o período de relativa tranquilidade, e estabilidade e crescimento terminou e o que vem pela frente é o caos. Apesar da “queima” de bilhões em cada mergulho das bolsas, na prática os especuladores e bancos não perdem com isto porque durante essas variações abruptas dos preços das ações nas bolsas de valores , há dias em que as ações sobem muito: é a famosa onda de pânico de venda ; e no dia seguinte, as ações despencam: é a onda de pânico de compra.

 O que preocupa no momento é que isto sempre significa um sintoma de uma crise gravíssima que pode acontecer ainda no terceiro semestre de 2015 e ser um prenúncio de nuvens realmente negras em 2016. O domínio totalitário do capital financeiro acabou com o chamado Estado Nação. Nenhum país controla seu sistema financeiro. O que existem são instituições emprestadoras e países clientes. Por outro lado, as instituições financeiras poderosas são credoras e devedoras ao mesmo tempo. Países mais poderosos, como EUA e Alemanha podem se beneficiar deste jogo por ter no topo destas instituições seus representantes, mas nada está totalmente garantido.