sexta-feira, 10 de abril de 2009

PARLAMENTAR BRITÂNICO PRETENDE DERRUBAR O CERCO Á GAZA PELA SEGUNDA VEZ




“Estamos prevendo cerca de $10 milhões de dólares no dae (dispositivo automático de entrada) e 500 veículos para Gaza” dizem George Galloway e Ron Kovic Fresco sobre o sucesso do comboio de 100 veículos a Gaza, que saiu da Grã- Bretanha com PM do dae (dispositivo automático de entrada) do Viva Palestina de George Galloway. Sua excursão nos E.U.A . com o veterano da guerra do Vietnam e militante da paz Ron Kovic tem por objetivo lançar uma campanha similar, só que muito maior, em todos os estados.
Galloway anunciou a iniciativa em uma reunião em Anaheim, sul da Califórnia, divulgando a idéia para, assim, custear a excursão agitadora que destaca a causa palestina. “Há uma atmosfera nova nos E.U.A sobre Palestina,” diz Galloway, “a resposta fenomenal a esta excursão demonstra isso.” Ron Kovic, cuja a história foi imortalizada por Oliver Stone, será o co-líder do comboio, que passará acima no Egipto e fará à sua maneira o cruzamento de Rafah e em Gaza. Os organizadores estão apontando para 500 veículos e $10 milhões de dólares do dae (dispositivo automático de entrada).

PALESTINA:MARTÍRIO DE UM POVO




A mostra “Palestina: martírio de um povo”, promovida pelo Comitê Viva Palestina de Niterói com apoio do Sintuff –Sindicato dos Trabalhadores da UFF , SEPE-Niterói e Sindicato dos Eletricitários de Niterói, curadoria do artista plástico Hilário Silva Neto, inaugurada no dia 30 de março de 2009 no Salão Nobre da Câmara Municipal de Niterói, foi prestigiada por autoridades, parlamentares , vários artistas plásticos, representantes da da OLP.
A inauguração da mostra mobilizou cerca de duzentos simpatizantes da causa palestina de Niterói, Rio de Janeiro, Maricá e Engenheiro Paulo de Frontin. Numa rápida visita à mostra, os prefeitos de Niterói , Jorge Roberto Silveira e de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, elogiaram a iniciativa. Entre os presentes, representantes da esquerda palestina, Jadallo Safa da FPLP e Nabill Kallil da FDLP e do Mopat – Movimento Palestina para Todos.
O vereador Renatinho do Psol de Niterói, apoiador de primeira hora do projeto, falou aos convidados enfatizando que o papel da Câmara dos Vereadores é estar sempre ao lado do povo, dos injustiçados e dos oprimidos , a exemplo de seu mandato, à serviço das lutas dos niteroienses, dos brasileiros e de todos os estejam sendo oprimido, injustiçado e massacrado em qualquer parte do mundo.



Ao agradecer o apoio dos artistas, o empenho dos organizadores e apoiadores da mostra, o representante da Frente Democrática para Libertação da Palestina – FDLP -, Nabil Khalill, disse que estava muito comovido com a demonstração de solidariedade dos brasileiros a seu povo e que a atividade que estava sendo realizada deixava claro que a Palestina não está só em sua luta por justiça e liberdade.

O curador da mostra, Hilário Silva Neto, disse que a realização da mostra foi o resultado de um esforço conjunto do seu Atelier “ Arte Livre” , seus alunos e convidados. “ Enquanto a curadoria mobilizava os artistas, o Comitê Viva a Palestina-Niterói, preparava a infra-estrutura do evento. “ disse o curador que acredita que “..o povo brasileiro é solidário com o sofrimento alheio e quando toma conhecimento de uma tragédia humana de tamanha proporção se comove e se dispõe a dar sua contribuição para minimizar o sofrimento das vítimas.”
A mostra teve ainda exposição de fotos e exibição de pequenos documentários sobre o massacre que Israel promoveu sobre Gaza, emocionando e arrancando lágrimas do público.



As realizadoras do evento relataram os motivos que as levaram a encarar o desafio de organizar dezenas de artistas plásticos em torno da causa Palestina. “Nossa inspiração, disse Beatrice Miller, veio das declarações de Picasso sobre o sua mais famosa tela,: “ Guernica” quando ele disse que “...o artista é ao mesmo tempo um ser político, sempre alerta aos acontecimentos tristes, alegres, violentos, aos quais reage de todas as maneiras.
Beth Monteiro, coordenadora do Comitê Viva Palestina – Niterói,, enfatizou que “Gaza é a Guernica de hoje, ainda mais sangrenta e trágica porque a tecnologia da morte se modernizou e que a tarefa de eternizar todo esse horror para que a humanidade jamais o esqueça está, agora, nas mãos dos artistas desta geração.
A data escolhida para a inauguração da mostra, 30 de março, lembra o “Dia da Terra” em referência a histórica resistência ocorrida em 1976 quando os vários palestinos da Galiléia (território ocupado em 1948) manifestaram contra a invasão e ocupação de suas terras pelo Estado em Israel, contextualizada para a grave situação da população de Gaza depois dos bombardeios de Israel, seu martírio durante a agressão e os sessenta anos de seu exílio dentro e fora de seu país.



A mostra “ Palestina:martírio de um povo”, será apresentada no ICHF- Instituto de Ciência Humanas e Filosóficas da UFF – Gragoatá, a partir do mês de maio. Embora estivesse programada para iniciar em 09 de abril, a atividade precisou ser adiada em virtude de problemas operacionais como adaptação do espaço da Galeria de Arte do ICHF para as peculiaridades da exposição.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Em nome dos palestinos



É hora de pôr em marcha um movimento internacional, global, de resistência não violenta à política violenta e extremista do Estado de Israel. É preciso mobilizar a opinião pública, difundindo uma informação rigorosa e permanente sobre a situação da população palestina, multiplicando os artigos, as conferências e as manifestações de apoio ao povo palestino. O artigo é de Tariq Ramadan.
Tariq Ramadan
É surpreendente e mesmo revoltante constatar, quando se trata dos Palestinos, o quanto nos falta de memória e de perspectiva. Enquanto a consciência judaica convoca, com razão, os poderes e cidadãos do mundo a um constante trabalho de memória para não esquecer as atrocidades, os massacres e os genocídios do passado, nós somos convidados a avaliações instantâneas e sem perspectivas, quando se trata da política do Estado de Israel. Assim, ouvimos que duas forças beligerantes de mesma potência estariam em conflito e que, após seis meses de trégua, um desses atores (os Palestinos) teriam rompido a trégua lançando foguetes. A parte agredida (Israel) não teria outra escolha a não ser defender-se.Isso é o que o poder israelense vende ao mundo e é repetido pela maioria dos meios de comunicação ocidentais, apoiados pela administração Bush e numerosos governos da Europa. Os mais corajosos ousam a duras penas assinalar, com muitas reservas de circunstância, uma desproporção na “reação israelense”. Que coragem!Que mentiras, sobretudo! Há décadas - bem antes da chegada do Hamas ao poder – que os Palestinos vêem sua dignidade ridicularizada e seus direitos legítimos negados. Dos acordos de “paz” de Oslo às diferentes negociações (e às vezes compromissos), das múltiplas promessas às encenações de retiradas “midiáticas”, os representantes palestinos não obtiveram nada para seu povo.O governo israelense, de esquerda ou de direita, ganha tempo, mente, executa opositores sumariamente, não leva em conta para nada, ou quase, os mortos civis palestinos (danos colaterais à segurança de Israel), ao mesmo tempo em que continua a autorizar novos assentamentos e a levar cada vez mais longe sua política do fato consumado. Numerosos especialistas, como o relator especial da Organização das Nações Unidas para os Direitos do Homem, Richard Falk, afirmam que a política israelense não respeita as convenções de Genebra e está tornando impossível a solução dos dois Estados.O governo israelense decidiu construir um muro que encerra a população da Cisjordânia (zombando das decisões da Assembléia das Nações Unidas) e submete a população de Gaza a um sítio e a um embargo que provocaram uma situação de fome, de falta de medicamentos, de desemprego massivo e um cotidiano miserável e sem esperanças. As associações humanitárias, vindas do mundo inteiro, são impedidas de trabalhar, de suprir suas necessidades e de fazer chegar alimentos e materiais às pessoas. Além disso, é preciso lembrar que a trégua de 19 de junho a 19 de dezembro de 2008 estava submetida a duas condições: o fim do cerco e do embargo em Gaza e a abertura parcial da fronteira com o Egito. Nenhuma delas foi respeitada por Israel (e pelo Egito) e a população palestina foi submetida a um tratamento desumano. Seria preciso esquecer essas realidades e justificar os massacres desses últimos dias? Os Palestinos seriam responsáveis por seu destino porque foguetes foram lançados desde Gaza? Às ausências de memória culpável, acrescenta-se uma perda do senso de proporção: o número de vítimas israelenses se multiplica por cem, duzentos, trezentos civis palestinos mortos pelas decisões oficiais do governo israelense.Este faz pouco caso das instituições e da auto-denominada “comunidade” internacional. O que vale, doravante, é assegurar o apoio unilateral dos Estados Unidos e o silêncio cúmplice dos governos europeus. Um trabalho eficaz de comunicação (com uma dose de desinformação) é suficiente para o governo israelense ganhar tempo e submeter uma população de um milhão e meio de almas a um cerco desumano e a um massacre insuportável. Nós somos todos reduzidos à condição de espectadores que a “neutralidade” deveria salvar da má consciência. O cinismo atinge seu ápice quando se sabe que a morte de centenas de civis palestinos está ligada também aos cálculos políticos dos líderes israelenses preocupados em mostrar sua força e sua determinação antes das próximas eleições. A derrota no Líbano, em agosto de 2006, devia ser corrigida: que importa a vida de inocentes, de crianças e mulheres palestinas? O que conta é mobilizar os eleitores e ganhar as eleições. Operação bem sucedida, neste sentido: 80% dos Israelenses apóiam as ações mortíferas em Gaza. Extraordinário!Pode-se ainda esperar qualquer coisa da “comunidade internacional” dos Estados e dos governos quando se observa como reagem no Oriente e no Ocidente? O silêncio cúmplice, a hipocrisia, a passividade e mesmo o desprezo pela vida dos Palestinos que alguns gostariam de ver desaparecer da Jordânia, do Líbano ou de não importa qual campo de refugiados “temporariamente definitivos”.É hora de pôr em marcha um movimento internacional, global, de resistência não violenta à política violenta e extremista do Estado de Israel. É preciso mobilizar a opinião pública, difundindo uma informação rigorosa e permanente sobre a situação da população palestina, multiplicando os artigos, as conferências e as manifestações de apoio ao povo palestino, desenvolvendo uma melhor sinergia entre os esforços e as atividades que já são levadas por numerosas organizações em todo o mundo.Os Palestinos, nós sabemos, não desistirão e continuarão a defender seus legítimos direitos sobre o território. Precisamos, por todo o mundo, apoiar de modo determinado e pacífico essa resistência. Israel, contrariamente às aparências e a sua fenomenal potência militar, nem de longe ganhou esse conflito e sua sociedade está atravessada por crises múltiplas e profundas. É urgente que o Estado e a população de Israel compreendam que não há para eles qualquer futuro de segurança, e mesmo de sobrevivência, sem o reconhecimento dos direitos e da dignidade dos Palestinos. Ganhar tempo, ficar cego, encerrar-se em operações inverossímeis e horríveis massacres não garante a vitória. Ao contrário. Bem ao contrário.(*) Suíço de origem egípcia, Tariq Ramadan é doutor em Literatura, Filosofia e Estudos Islâmicos. Há vários anos, dedica-se ao debate sobre as relações do islamismo com a Europa e o mundo. Atualmente é pesquisador na Universidade de Oxford, na Universidade Doshisha (Japão) e na Lokahi Foundation (Londres). Também é presidente da organização “European Muslim Network” (EMN), sediada em Bruxelas.Artigo publicado originalmente no site de Tariq Ramadan.Tradução: Katarina Peixoto