Segundo a Agência de
Refugiados da ONU. Revelados na Sexta-Feira
(4/9),o número de refugiados e imigrantes que cruzaram o Mediterrâneo
para chegar à Europa ultrapassou 300 mil este ano, contra cerca de 219 mil em 2014.
Mais de 2.500 pessoas morreram tentando cruzar, não
incluindo 200 que teriam se afogado na Líbia na últimas semana. ACNUR adverte que estas contas não incluem o
naufrágio de dois barcos na quinta-feira perto da Líbia. Estima-se que poderia
ter matado cerca de 200 pessoas. Ao longo de 2014, um total de 3.500 pessoas
morreram ou desapareceram no Mediterrâneo, disse o ACNUR.
Por incrível que pareça, o maior contingente de pedidos de
asilo em 2015 vem do Kosovo. São 48,875 imigrantes oriundos da região. Este
território, localizado na península dos Balcãs, que já fez parte da ex-Iugoslávia,
é disputado hoje pela Albânia e pela Sérvia. Entre março e junho de 1999, foi
palco da chamada Guerra do Kosovo, em que as forças armadas da OTAN devastaram
a região no bombardeio contra a Iugoslávia. O resultado da guerra e os
posteriores conflitos entre albaneses e sérvios deu origem a um enorme êxodo de
refugiados.
Todos esses refugiados
fogem da violência e dos conflitos em seus países de origem. Mas a
maioria não são da Síria como a mídia está dizendo. E os que fogem da Síria
para a Europa estão tentando se livrar do cerco do Estado Islâmico e outros
grupos takifirs financiados pelo
imperialismo e certamente do fogo
cruzado entre o Exército Árabe Sírio e estes grupos. Importante destacar que todas forças
conflagradas atingem civis, realizam capturas, fazem prisioneiros, praticam
torturas e assassinatos.
Mas o que está em jogo, no momento, não é quem é mais ou
menos cruel. Mas as reais intenções que
estão por trás desta crise dos
refugiados que foi repentinamente inflada pela mídia mainstream com foco na Síria, para ganhar
simpatia da opinião pública mundial com
vistas a um ataque frontal à Síria, pela forças da
OTAN.
SÓ NÃO VÊ QUEM NÃO QUER OU ESTÁ COMPROMETIDO
A zona de exclusão aérea ou zona tampão ( faixa territorial
entre a Turquia e a Síria), que foi anunciada como base de lançamento de ataques dos EUA e aliados contra ISIS, é na verdade um reduto seguro para o Estado
Islâmico ou mais concretamente a “legalização”
de suas fronteiras provisórias. Os mísseis Patriot haviam sido instalados, a
partir de Janeiro de 2013, pela Otan na Turquia, afim de impedir que a Força
Aérea Síria pudesse controlar a zona aérea da fronteira. Desse modo, os
jihadistas da Frente al-Nusra (al-Qaida) tinham conseguido apoderar-se do Norte
do país. A partir do verão de 2014, esta zona de sobrevoo interdito foi ocupada pelo Emirado Islâmico.
O Iraque e a Síria foram
transformados numa verdadeira “casa da mãe Joana” onde todo mundo entra e sai a
hora que quer” com o pretexto de atacar
ISIS— uma espécie de curinga
macabro que serve para qualquer coisa.
Beth Monteiro