segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O PAPEL DO INTERNACIONALISMO NA LUTA CONTRA O APARTHEID E O GENOCÍDIO


LIÇÕES DA MARCHA MUNDIAL PELA LIBERDADE DE GAZA E DO COMBOIO DE AJUDA HUMANITÁRIA”VIVA PALESTINA”

A militância internacionalista tem diante de si um desafio de grande magnitude: lutar contra as pretensões da geopolítica imperialista e barrar a barbárie que vem sendo imposta ao mundo pelos Estados Unidos e Israel que, agora mostram , sem nenhum pudor, as suas verdadeiras caras de assassinos. Embora a crise capitalista mundial esteja presente nas metrópoles, aumentando a cada dia o número de suas vítimas de sempre – os trabalhadores e as classes populares-, é nos países colonizados, colonizáveis ou dependentes que a barbárie se instala com mais força. E o grande exemplo disso é a tragédia palestina. Em Gaza e na Cisjordânia, no Afeganistão e no Iraque , os Estados Unidos e seu cão de ataque, Israel, estão mostrando ao mundo do que são capazes de fazer com quem ousa desobedecer às ordens do furioso deus Capital.

Na tentativa de prolongar sua agonia, o imperialismo faz a guerra para lograr a dominação de países da Ásia Central, do Oriente Médio e América Latina cujas riquezas podem prorrogar seu prazo de validade, afastando- o , pelo menos temporariamente, do colapso geral. Utilizando o cinismo como arma, o imperialismo declarou guerra contra o terrorismo que, na tradução para a realidade, significa uma nova onda de colonização de caráter ainda mais predatório do que as anteriores. Somente os trabalhadores e os povos oprimidos de todo o mundo poderão barrar essa guerra contra a humanidade.

A repercussão internacional dos três comboios de ajuda à Gaza, o “Viva Palestina” e a “Marcha da Liberdade para Gaza” é uma pequena mostra da força dos trabalhadores organizados e dispostos a irem à luta para barrar o genocídio e o apartheid impostos aos palestinos pelo governo nazi-sionista de Israel. Eles enfrentaram a violência da polícia egípcia, espancamentos e prisões e foram obrigados a aceitarem as mais absurdas exigências do governo do Egito, o que serviu para mostrar ao mundo o verdadeiro caráter da ditadura de Mubarack- capacho do imperialismo e do sionismo.Mas os ativistas não se sentem derrotados. E não foram mesmo.

A implosão da “Marcha da Liberdade para Gaza” foi uma conseqüência lógica da heterogeneidade política e ideológica de sua composição. Ao se definir como apolítica, a direção da Marcha não teve condições de aplicar um mínimo de centralização que possibilitasse uma ação comum. Enquanto um grupo fazia greve de fome, outros nem sequer sabiam o que estava ocorrendo. Ainda assim, ficou claro o enorme esforço e disposição de luta de um grande grupo de ativistas que se reuniu no Cairo, vindos de 47 países para prestar solidariedade aos palestinos e romper o bloqueio à Gaza. E por isso merecem todos os nossos aplausos. Em cada país de origem dos ativistas, que foram presos ou espancados, deve ser desenvolvidas atividades de protestos contra o governo egípcio, buscando deixar claro para a opinião pública o seu papel no cerco de Gaza e sua cumplicidade com o genocídio, o holocausto e o apartheid, o que o torna tão criminoso quanto os sionistas do governo de Israel.

Embora a Marcha e o Comboio não tenham um caráter classista, uma vez que foram organizados por entidades humanitárias e de gênero, é preciso ressaltar que na liderança do “Viva Palestina” está o parlamentar britânico que se reivindica marxista , George Galoway, cuja militância internacionalista está voltada para denunciar as guerras imperialistas. Foi com este espírito que ele levou caravanas de solidariedade aos povos do Afeganistão e do Iraque e, por diversas vezes, tem feito apelo a governos que entende como sendo populares , democráticos ou nacionalista como os da Venezuela e do Brasil para que estes ajudem nas campanhas em favor da Palestina, tendo alcançado um certo nível de entendimento com os governos da Venezuela, da Turquia e da Síria.

Quem adere ao comboio entende, aceita ou apóia a linha política e ideológica de sua direção como, por exemplo, reconhecer o Hamas como governo legítimo de Gaza e apoiar a Resistência dos guerrilheiros do Hamas e dos demais partidos palestinos como a Frente Democrática de Libertação da Palestina, a Frente Popular para a Libertação da Palestina entre outros. Essa é a grande diferença entre o Comboio e a Marcha. Enquanto o primeiro deixa claro sua posição política em relação à Palestina, o segundo declarou que não se intrometeria nas questões internas dos territórios, o que, certamente, ampliou o leque de adesões, mas em contrapartida, reduziu a unidade de ação.

A mais importante lição dessas duas fantásticas iniciativas é a de que é possível mobilizar a vanguarda da classe trabalhadora e da juventude em direção ao internacionalismo proletário e repetir o engajamento mundial na luta contra a guerra do Vietnã e contra o Apartheid na África do Sul, deixando claro que a vitória dos palestinos será a vitória de todos os povos oprimidos, de todos os países que estão na mira da nova onda de colonização imperialista e de todos os povos que vivem nos países imperialistas , sofrendo na própria pele os ataques dos seus governos, que na tentativa de salvar o capitalismo, desferem cada vez mais golpes sobre as conquistas de mais de um século de luta dos trabalhadores.
por Beth Monteiro

Um comentário:

  1. DENÚNCIA: SÍTIO CALDEIRÃO, O ARAGUAIA DO CEARÁ – UMA HISTÓRIA QUE NINGUÉM CONHECE PORQUE JAMAIS FOI CONTADA...




    "As Vítimas do Massacre do Sítio Caldeirão
    têm direito inalienável à Verdade, Memória,
    História e Justiça!" Otoniel Ajala Dourado




    O MASSACRE APAGADO DOS LIVROS DE HISTÓRIA


    No município de CRATO, interior do CEARÁ, BRASIL, houve um crime idêntico ao do “Araguaia”, foi o MASSACRE praticado por forças do Exército e da Polícia Militar do Ceará em 10.05.1937, contra a comunidade de camponeses católicos do Sítio da Santa Cruz do Deserto ou Sítio Caldeirão, que tinha como líder religioso o beato "JOSÉ LOURENÇO", paraibano de Pilões de Dentro, seguidor do padre Cícero Romão Batista, encarados como “socialistas periculosos”.



    O CRIME DE LESA HUMANIDADE


    O crime iniciou-se com um bombardeio aéreo, e depois, no solo, os militares usando armas diversas, como metralhadoras, fuzis, revólveres, pistolas, facas e facões, assassinaram na “MATA CAVALOS”, SERRA DO CRUZEIRO, mulheres, crianças, adolescentes, idosos, doentes e todo o ser vivo que estivesse ao alcance de suas armas, agindo como juízes e algozes. Meses após, JOSÉ GERALDO DA CRUZ, ex-prefeito de Juazeiro do Norte, encontrou num local da Chapada do Araripe, 16 crânios de crianças.


    A AÇÃO CIVIL PÚBLICA AJUIZADA PELA SOS DIREITOS HUMANOS


    Como o crime praticado pelo Exército e pela Polícia Militar do Ceará É de LESA HUMANIDADE / GENOCÍDIO é IMPRESCRITÍVEL pela legislação brasileira e pelos Acordos e Convenções internacionais, por isto a SOS - DIREITOS HUMANOS, ONG com sede em Fortaleza - CE, ajuizou em 2008 uma Ação Civil Pública na Justiça Federal contra a União Federal e o Estado do Ceará, requerendo que: a) seja informada a localização da COVA COLETIVA, b) sejam os restos mortais exumados e identificados através de DNA e enterrados com dignidade, c) os documentos do massacre sejam liberados para o público e o crime seja incluído nos livros de história, d) os descendentes das vítimas e sobreviventes sejam indenizados no valor de R$500 mil reais, e) outros pedidos



    A EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO DA AÇÃO


    A Ação Civil Pública foi distribuída para o Juiz substituto da 1ª Vara Federal em Fortaleza/CE e depois, redistribuída para a 16ª Vara Federal em Juazeiro do Norte/CE, e lá foi extinta sem julgamento do mérito em 16.09.2009.



    AS RAZÕES DO RECURSO DA SOS DIREITOS HUMANOS PERANTE O TRF5


    A SOS DIREITOS HUMANOS apelou para o Tribunal Regional da 5ª Região em Recife/PE, argumentando que: a) não há prescrição porque o massacre do Sítio Caldeirão é um crime de LESA HUMANIDADE, b) os restos mortais das vítimas do Sítio Caldeirão não desapareceram da Chapada do Araripe a exemplo da família do CZAR ROMANOV, que foi morta no ano de 1918 e a ossada encontrada nos anos de 1991 e 2007;



    A SOS DIREITOS HUMANOS DENUNCIA O BRASIL PERANTE A OEA


    A SOS DIREITOS HUMANOS, igualmente aos familiares das vítimas da GUERRILHA DO ARAGUAIA, denunciou no ano de 2009, o governo brasileiro na Organização dos Estados Americanos – OEA, pelo desaparecimento forçado de 1000 pessoas do Sítio Caldeirão.


    QUEM PODE ENCONTRAR A COVA COLETIVA


    A “URCA” e a “UFC” com seu RADAR DE PENETRAÇÃO NO SOLO (GPR) podem encontrar a cova coletiva, e por que não a procuram? Serão os fósseis de peixes procurados no "Geopark Araripe" mais importantes que os restos mortais das vítimas do SÍTIO CALDEIRÃO?



    A COMISSÃO DA VERDADE


    A SOS DIREITOS HUMANOS deseja apoio técnico para encontrar a COVA COLETIVA, e que o internauta divulgue esta notícia em seu blog, e a envie para seus representantes na Câmara municipal, Assembléia Legislativa, Câmara e Senado Federal, solicitando um pronunciamento exigindo do Governo Federal que informe o local da COVA COLETIVA das vítimas do Sítio Caldeirão.



    Paz e Solidariedade,



    Dr. OTONIEL AJALA DOURADO
    OAB/CE 9288 – 55 85 8613.1197
    Presidente da SOS - DIREITOS HUMANOS
    Membro da CDAA da OAB/CE
    www.sosdireitoshumanos.org.br

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