domingo, 6 de setembro de 2015

POR QUE GOVERNOS E MÍDIA NÃO ESTÃO CONTABILIZANDO OS REFUGIADOS DA LÍBIA?


Segundo a  Agência de Refugiados da ONU. Revelados na Sexta-Feira (4/9),o número de refugiados e imigrantes que cruzaram o Mediterrâneo para chegar à Europa ultrapassou 300 mil este ano, contra   cerca de 219 mil em  2014.

Mais de 2.500 pessoas morreram tentando cruzar, não incluindo 200 que teriam se afogado na Líbia na últimas  semana.  ACNUR adverte que estas contas não incluem o naufrágio de dois barcos na quinta-feira perto da Líbia. Estima-se que poderia ter matado cerca de 200 pessoas. Ao longo de 2014, um total de 3.500 pessoas morreram ou desapareceram no Mediterrâneo, disse o ACNUR.

Por incrível que pareça, o maior contingente de pedidos de asilo em 2015 vem do Kosovo. São 48,875 imigrantes oriundos da região. Este território, localizado na península dos Balcãs, que já fez parte da ex-Iugoslávia, é disputado hoje pela Albânia e pela Sérvia. Entre março e junho de 1999, foi palco da chamada Guerra do Kosovo, em que as forças armadas da OTAN devastaram a região no bombardeio contra a Iugoslávia. O resultado da guerra e os posteriores conflitos entre albaneses e sérvios deu origem a um enorme êxodo de refugiados.

Todos esses refugiados  fogem da violência e dos conflitos em seus países de origem. Mas a maioria não são da Síria  como  a mídia está dizendo. E os que fogem da Síria para a Europa estão tentando se livrar do cerco do Estado Islâmico e outros grupos  takifirs financiados pelo imperialismo e  certamente do fogo cruzado entre o Exército Árabe Sírio e estes grupos.  Importante destacar que todas forças conflagradas atingem civis, realizam capturas, fazem prisioneiros, praticam torturas e assassinatos.  

Mas o que está em jogo, no momento, não é quem é mais ou menos cruel. Mas as reais intenções  que estão por trás  desta crise dos refugiados que foi repentinamente inflada pela mídia  mainstream com foco na Síria, para ganhar simpatia da opinião pública mundial  com vistas  a  um ataque frontal à Síria, pela forças da OTAN.

SÓ NÃO VÊ QUEM NÃO QUER OU ESTÁ COMPROMETIDO

A zona de exclusão aérea ou zona tampão ( faixa territorial entre  a Turquia e a Síria), que  foi anunciada como base de lançamento de  ataques dos EUA e aliados contra ISIS, é  na verdade um reduto seguro para o Estado Islâmico ou mais concretamente a  “legalização” de suas fronteiras provisórias. Os mísseis Patriot haviam sido instalados, a partir de Janeiro de 2013, pela Otan na Turquia, afim de impedir que a Força Aérea Síria pudesse controlar a zona aérea da fronteira. Desse modo, os jihadistas da Frente al-Nusra (al-Qaida) tinham conseguido apoderar-se do Norte do país. A partir do verão de 2014, esta zona de sobrevoo interdito  foi ocupada pelo Emirado Islâmico.
O Iraque e a Síria  foram transformados numa verdadeira “casa da mãe Joana” onde todo mundo entra e sai a hora que quer”  com o pretexto de atacar ISIS uma espécie de curinga macabro que serve para qualquer coisa.


Beth Monteiro

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