Não importa que tipo de governo seja eleito
“democraticamente” ou imposto na marra, quando o capitalismo entra em seu ciclo negativo, de crise de superprodução
, qualquer um destes governos entram em colapso.
O conceito do ciclo econômico refere-se às flutuações da
atividade econômica, envolvendo uma alternância de períodos de crescimento com
períodos de relativa estagnação ou declínio (contração ou recessão).
Existem períodos de boom; de recessão; de depressão e finalmente de recuperação. Estes são
fenômenos que ocorrem na economia de mercado. Em todas estas situações, a
burguesia joga pesado contra os trabalhadores para aumentar ou manter seus
lucros.
Entretanto, tudo depende de como um determinado governo vai lidar com uma situação de crise
econômica e fiscal e, também, em que país esta se instala: se num país
desenvolvido como os Estados Unidos, ou
Japão; em desenvolvimento como Brasil ou Rússia, ou mais pobres como Paraguai
ou Serra Leoa. Sendo que, no final das
contas, tudo vai depender da capacidade de resistência da classe trabalhadora em pagar pela crise. E
não importa se é um governo neoliberal, de direita ou de esquerda. Uma
insurreição popular pode colocar qualquer um deles abaixo.
Durante o governo Lula, tivemos um ciclo de crescimento e uma boa arrecadação de impostos, o que
atraia investimentos especulativos e produtivos , dando margem ao aumento do crédito para o consumo e
aumento do emprego. Não é que Lula
optasse por algumas medidas que beneficiaram os mais pobres, como os programas sociais, porque era
de esquerda, mas porque, naquele momento, este tipo de medida não
colocava em risco os compromissos para com o pagamento em dia dos juros
e serviços da Dívida Pública.
Entretanto, logo no final do primeiro
mandato da presidente Dilma, este ciclo se inverteu e , ela quis fazer de conta
que nada estava acontecendo para se reeleger. Deu no que deu.
Não podemos precisar quanto tempo durará este período de
vacas magras, talvez uns 6 a 8 anos, como no período de FHC. Já se
passaram quatro anos e ainda temos muito
barro para amassar, até que se inicie um novo ciclo de crescimento. Entretanto,
alguns economistas, acreditam que já , em 2017 a recessão comece a ceder,
iniciando um anêmico ciclo de crescimento.
O problema é que quando o ciclo do crescimento retorna, este
não é capaz de trazer de volta ao mercado todos
aqueles que perderam seus empregos, não significa que funcionários
públicos demitidos retornem a seus trabalhos, que os pequenos empresários
falidos tenham condições de retomar seus
negócios, que as perdas salariais e de benefícios serão repostas. Tudo vai depender da capacidade de luta dos trabalhadores.
por Beth Monteiro
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