quinta-feira, 28 de abril de 2016

QUEM VAI GOVERNAR NOSSO PAÍS?


HENRIQUE MEIRELLES, o ex-presidente do Banco Central no governo Lula, faz exigências para retornar ao cargo  em um eventual governo Michel Temer: quer  a independência do Banco Central.
Por que Henrique Meirelles, Aécio Neves e Marina Silva defendem a independência do BC? E por que Meirelles não exigiu a independência do Banco Central para participar do governo Lula?
O rentismo que sustenta   a elite que vive dos juros, e não investe no setor produtivo que gera empregos,  se estabeleceu no Brasil a partir do governo de FHC , se aprofundou no governo Lula e entrou em colapso no  governo Dilma.

O mercado financeiro se utiliza de drenos para usurpar nossas riquezas e  impõe, aos governos submissos, políticas de poder que tornam quase impossível  a qualquer  governo covarde  romper essa lógica.

 De 2013 a 2014, Dilma tentou reduzir a taxa  de juros, causando reação e  pressões políticas muito fortes de  economistas  que previam o inevitável crescimento da inflação.
Em virtude de todas as consequências do Quantitative Easing (QE), ensaiado por Dilma, que  usou o mecanismo de expansão monetária (ou endividamento), que só é permitido  nas  potências imperialistas ocidentais,  a questão da independência do Banco Central volta, agora, com toda a força.
Todos os candidatos a presidente da república — submissos ao rentismo— , seja do vice  após impeachment, seja via eleições de 2018, lutam desesperadamente para ser o preferido  ou a preferida do capital financeiro em sua guerra contra o setor produtivo, ou seja, a favor do desemprego como moeda de troca.

 Mas como não querem assumir isto de forma tão descarada, todos e todas  defendem a independência do Banco Central , para que este funcione como  “policy makers”  que vai  lidar  com o  problema da inflação e do desemprego.

Assim , estes governos podem simplesmente lavar as mãos  para este tipo de problema e agirem como se inflação/ desemprego  fosse algo advindo de alguma entidade sobrenatural, sobre a  qual eles ou elas não têm controle.

Entretanto, durante os dois mandatos de Lula, Meirelles não exigiu  a independência total do BC porque, em primeiro lugar, não era necessária, tendo em vista o grau de confiança que  Lula depositava nele; e , em segundo lugar,  porque com  o crescimento da economia ,via exportações de commodities (grãos e minérios), ele sabia que seu fiel servo não precisaria interferir nas políticas do BC.


Mas agora, que este modelo colapsou, Meirelles precisa de autonomia para impor seus remédios amargos para os trabalhadores em favor dos especuladores porque sabe que pressões das ruas vão se intensificar, e qualquer governo, seja de Dilma, de Michel Temer, de Marina, de Lula ou de Aécio pode querer interferir para reduzir desemprego e parar os ataques aos direitos dos trabalhadores de empresas privadas, funcionários públicos  e aposentados para não perderem  sua popularidade e evitar  uma  convulsão social.

por Beth Monteiro

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